1616 Acessos
Vinculada à Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA), o PMGCA-UFPI é responsável pelo desenvolvimento de pesquisa e extensão voltados ao melhoramento, manejo e produção da cana-de-açúcar no Piauí

O Meio-Norte do Brasil se caracteriza como uma das quatro sub-regiões do Nordeste do país, onde as áreas de cultivo da cana-de-açúcar no Estado do Piauí se concentram. O déficit hídrico, comum nesta região, tem sido o principal fator responsável pela redução da produtividade agrícola da cultura.

Neste cenário, o Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar (PMGCA) no âmbito da UFPI busca desenvolver novas variedades de cana-de-açúcar, nas condições edafoclimáticas locais, que apresentem maior tolerância à deficiência hídrica e produtividade agroindustrial igual ou superior às variedades atualmente cultivadas.

Vinculada à Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA), o PMGCA-UFPI é responsável pelo desenvolvimento de pesquisa e extensão voltados ao melhoramento, manejo e produção da cana-de-açúcar no Piauí.

“O que nós fazemos aqui é melhorar geneticamente as plantas, a ponto que os materiais exaustivamente testados ao longo dos anos em diversos ambientes, se tornem clones promissores com capacidade de ser lançado como nova variedade adaptada às condições de clima e solo da região, e com maior rendimento de açúcar e álcool”, explica o coordenador do PMGCA-UFPI, o professor Dr. Francisco de Alcântara Neto. 

Concomitantemente, o PMGCA-UFPI dá suporte ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFPI, seja disponibilizando sua estrutura física de pesquisa ou auxiliando no fornecimento de materiais de consumo e utilização de equipamentos em seus laboratórios.

Geramos recursos humanos através das orientações em nível de graduação e pós-graduação, além de conduzir pesquisa em parceria com outros centros de pesquisa do Brasil e exterior. O PMGCA-UFPI não se limita apenas ao melhoramento genético da cana, mas abrange áreas correlatas das Ciências Agrárias. Auxiliamos, por exemplo, um estudo conduzido pelo Prof. Zinaldo Firmino da Silva, da Universidade Federal do Maranhão/Campus Chapadinha, visando analisar a capacidade de digestibilidade de bovinos alimentados com cana-de-açúcar suplementada com silício.

A rede pesquisa RIDESA é composta pela UFPI, como também pela Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCAr). Cada universidade tem seu PMGCA e autonomia administrativa e de pesquisa, estando ligados pela metodologia e objetivo fim. 

“Os PMGCA da RIDESA fazem intercâmbio de clones promissores, visando testar os materiais gerados regionalmente em outros ambientes no país. Às vezes o que eu produzo aqui vai ser bom em outro Estado, e isso é favorecido por este trabalho em rede, onde a troca de informação é avaliada constantemente pelos coordenadores e equipes de cada PMGCA. Todo esse trabalho conjunto, ao longo dos 30 anos da RIDESA e 50 anos das variedades RB, explica o sucesso da RIDESA, que através das suas universidades contribui com cerca de 12,3% da matriz energética do Brasil, sendo nossas variedades RB cultivadas em mais de 65% da área com cana-de-açúcar do país”, comenta o Prof. Francisco de Alcântara Neto.    

 

A captação de recursos das IFES da RIDESA é realizada junto às unidades produtoras de cada um dos estados (usinas e destilarias). No Piauí, esse vínculo é firmado com a COMVAP – Açúcar e Álcool, do grupo Olho D’Água. Dessa forma, a usina se compromete a subsidiar o programa, que, em contrapartida, desenvolve novas variedades e pesquisa dentro da área da empresa. Para a Universidade, o saldo positivo fica por conta do desenvolvimento de pesquisa, extensão, geração de manuscritos científicos, formação de recursos humanos, como também dos royalties dos produtos gerados e patenteados, onde a universidade é a detentora da patente e dos royalties oriundos do uso.

A parceria firmada junto a COMVAP é realizada através da Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex), que oferece todo o suporte jurídico e administrativo para o funcionamento mais ágil, transparente e seguro do programa.

Para o pesquisador em estágio pós-doutoral, Dr. Alexson Filgueiras Dutra, o programa de melhoramento traz inúmeros benefícios, tanto para o setor sucroenergético, como para alunos e profissionais que atuam nesta linha de pesquisa. Natural da Paraíba e com doutorado finalizado na Unesp/Jaboticabal, o Dr. Alexson Dutra contribui com sua experiência em nutrição de plantas.

“Para quem está fazendo mestrado, doutorado e estágio pós-doutoral, esse é um espaço de aprofundamento do conhecimento. O PMGCA nos dá a oportunidade de aprofundar esse conhecimento e, além disso, aprofundar as pesquisas para que nós possamos encontrar possíveis soluções de problemas da região e desenvolvimento do Piauí. Com isso, nós buscamos escrever artigos e também conduzimos orientações, colaborando tanto com a RIDESA, quanto com os professores”, pontua.

Vinculada à Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA), o PMGCA-UFPI é responsável pelo desenvolvimento de pesquisa e extensão voltados ao melhoramento, manejo e produção da cana-de-açúcar no Piauí