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Isolamento social!

Estudo realizado pelo Comitê de Crise da Universidade Federal do Piauí (UFPI) comprova que o isolamento social fez baixar o número de infectados pelo novo coronavírus, tanto em Teresina como no Piauí, e adiou o pico dos casos de Covid-19 em todo o Estado.

"Foi o isolamento social que evitou que o Piauí estivesse vivendo hoje a mesma situação que São Luís (MA) e Fortaleza (CE), que são os Estados vizinhos. Nós começamos o isolamento social no mesmo período do Maranhão, mas lá, o número de casos já estava muito mais avançado. Aqui, o isolamento foi mais precoce e isso tem nos ajudado muito", comenta o professor Jefferson Leite, doutor em Matemática, que está a frente dos estudos relacionados aos casos de Covid-19 no Piauí.

Infectados

A pesquisa realizada pela UFPI aponta que, de 14 a 19 de abril, o Piauí tinha 1 infectado a cada 865 habitantes. Na semana de 7 a 11 de maio - menos de um mês depois - já era 1 infectado para cada 190 habitantes.

Em Teresina, a situação é mais preocupante. De 16 a 19 de abril, era 1 infectado a cada 179 habitantes e de 8 a 10 de maio já se tem 1 infectado a cada 50 habitantes.

A estimativa é feita com base nos testes sorológicos já realizados pelos Institutos Opinar e Amostragem.

Pico da doença em Teresina

De acordo com o estudo da UFPI, sem o isolamento social, Teresina chegará ao pico da doença entre os dias 8 e 12 de junho deste ano, com mais de 120 mil infectados.

Em outra possibilidade, caso haja 30% de isolamento social, o pico deve acontecer entre 10 e 14 de junho, com o número de infectados variando de 90 mil a 120 mil.

Porém, com o isolamento social em 50%, o pico fica mais distante - entre 16 e 20 de junho - e o número de infectados cai, ficando entre 60 e 80 mil habitantes.

Pico da doença no Piauí

No Estado como um todo, com apenas 25% de isolamento social, o número de infectados ficará entre 450 e 550 mil, com pico entre os dias 13 e 16 de julho.

Já com 35% de isolamento social, o pico seria entre 18 e 23 de julho, com 400 a 500 mil habitantes infectados.

Todavia, se o isolamento social se mantiver em 50%, o número de infectados, segundo a previsão da pesquisa, cai para 350 a 400 mil e o pico passa a ser previsto para acontecer de 2 a 6 de agosto, dando mais tempo para a construção de novos leitos clínicos e de UTI, e para a aquisição de respiradores e demais aparelhos e medicamentos.

Necessidade de UTI

Pela estimativa da pesquisa, sem as medidas de isolamento social, Teresina precisará ter entre 360 a 480 leitos de UTI para não entrar em colapso em junho. Com isolamento parcial, o número de leitos necessários fica entre 300 e 420. Por outro lado, se houver 50% de isolamento social, serão necessárias entre 210 e 300 leitos em junho.

No Piauí, a situação é semelhante. Sem isolamento, são necessários entre 1.350 e 1.800 leitos de UTI para evitar o colapso. Com isolamento parcial, o número cai para entre 1.050 e 1.200 leitos. Com 50% de isolamento, serão necessários ter entre 550 e 800 leitos de UTI.

Hospital de Campanha Estadual

O professor Jefferson, que liderou o estudo da UFPI, é doutor em Matemática aplicada pela Unicamp, com pesquisas na área de Lógica Fuzzi e Modelos Epidemiológicos. Atualmente é professor do Departamento de Matemática da UFPI e coordenador do NINTEC - Núcleo de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia e Inovação. É também coordenador da OBMEP - Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas.

Ele integra o projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), que inclui a gestão do Hospital de Campanha Estadual, e ficará responsável pelo monitoramento dos dados de Covid-19 registrados na unidade hospitalar. Esses dados serão usados em futuros estudos e artigos científicos para contribuir com pesquisas do mundo inteiro.

Participam do projeto pesquisadores de várias áreas da UFPI – Medicina, Direito, Farmácia, Engenharia Elétrica, Matemática e Ciências da Computação.

 

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