Durante seu doutorado o prof. Dr. Tarso Caseli, sub coordenador do projeto, verificou que a cultura de extração do coco babaçu é estreitamente ligada ao processo de ocupação do território piauiense. Ao longo do tempo, a atividade carregou estigmas sociais associados ao intenso trabalho empregado e a baixa remuneração pelo produto final.
Porém, uma colaboração com a UFPI e Fadex, capitaneada por docentes do Curso de Farmácia e de Engenharia de, tem dado um novo rumo a esse roteiro.
Através do projeto Mini Franquias Sociais na Cadeia Produtiva de Coco Babaçu, a empresa Babcool busca auxiliar pequenas comunidades extrativistas no trabalho de extração e beneficiamento da matéria prima, gerando oportunidade de negócios e proporcionando mais qualidade de vida para as quebradeiras de coco, pontua o sr. Tiago Patrício CEO da Babcool.
O maquinário desenvolvido e cedido pelo projeto facilita o trabalho das quebradeiras, evitando que elas sejam expostas a condições de trabalho degradante. Além disso, a implementação do equipamento foi idealizada de forma que preserve as tradições socioculturais bem como os aspectos ambientais de cada agrupamento.
Ao todo, o projeto piloto constitui-se de cinco unidades atualmente instaladas no estado, validando a ideia e gerando renda/qualidade de vida para cerca de 150 pessoas.
“O projeto trabalha com a capacitação das comunidades, sobretudo na produção do óleo do coco babaçu. Cada unidade concede suporte a até 10 famílias. O objetivo é fazer dessas comunidades produtivas autossustentáveis, garantindo um retorno médio de um salário mínimo por cada família”, explica o coordenadore do projeto, o professor Dr. Lívio Cesar Cunha Nunes.
A iniciativa piloto foi viabilizada através de emenda parlamentar destinada pela ex-senadora, e atual vice-governadora do Piauí, Regina Sousa. De lá para cá, o projeto das mini franquias vem amadurecendo e se modificando, focando na autossustentabilidade.
“O maior empecilho das comunidades, sobretudo das associações e cooperativas, não é o produzir, mas o comercializar. Como colocar no mercado esses produtos. Com base nisso, nós desenvolvemos máquinas/equipamentos bem como um modelo de negócio que envolve as comunidades das quebradeiras de coco, a UFPI, a Babcool e a Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex)”, explica o prof. Dr. Francisco de Assis.
Uma página na internet e perfis nas redes sociais estão sendo desenvolvidas para possibilitar maior visibilidade ao projeto e a produção das comunidades. São produtos como sabonetes a base de óleo de babaçu, shampoos, condicionadores, hidratantes, cremes para rachaduras de pés, óleos para massagem e azeite extra virgem dentre outros, que podem ser adquiridos para apoiar o projeto.
“Nossa ideia é criar uma espécie de sistema de assinatura social, pelo qual as pessoas se tornam investidores do projeto, através de uma assinatura social. Com essa assinatura, é possível pagar um valor mensal e em contrapartida receber produtos no valor daquela assinatura”, pontua o professor Lívio César.
Cabe à Fadex a gestão administrativa e financeira da iniciativa, atuando desde as etapas de compra e venda, além das contratações. O trabalho da Fundação dá mais agilidade, transparência e segurança aos processos administrativos.
niciativa é Capitaneada pelo Grupo de Estudos Avançados em Processos Industriais (GEAPI) e pelo Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo (LITE)
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